Saúde mental: “Manter um adolescente doente à espera expõe-no a riscos muito significativos”

A psiquiatra infantil Marie Rose Moro é chefe do centro de adolescentes do Hospital Cochin (AP-HP), em Paris, que acolhe jovens em sofrimento e suas famílias. Em meio ao aumento das hospitalizações por pensamentos suicidas, especialmente entre adolescentes, ela examina as causas da deterioração da saúde mental delas. Ela destaca o que chama de "preconceito" : "A tendência coletiva de não ouvir o que as jovens têm a dizer".

Esta é, de fato, uma tendência subjacente, anterior à crise da Covid-19 e que não afeta apenas a França. A saúde mental dos jovens está se deteriorando, na França, assim como em muitos outros países europeus, nos Estados Unidos e no Canadá. Essa tendência, de acordo com os estudos disponíveis, é forte na França — mais forte do que na Itália ou na Espanha, países cujos sistemas de saúde são comparáveis aos nossos. A Covid-19, como todos os eventos coletivos significativos, nos dá a impressão de um "tempo zero" ; todos nós fomos afetados pela epidemia, e os jovens foram ainda mais afetados pelos repetidos lockdowns. Mas pensar que a Covid foi o início de algo é uma ilusão.

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